(11/05/2013)
A Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro assumiu as investigações sobre cinco mortes ocorridas durante uma operação em agosto do ano passado, na Favela do Rola, no bairro de Santa Cruz, Zona Oeste da cidade. Um vídeo divulgado neste sábado (11/05/2013) pelo jornal “Extra” mostra que policiais levaram para o local de um tiroteio o corpo de um homem encontrado em outro lugar.
Dia 16 de agosto de 2012, Zona Oeste do Rio. Dois helicópteros da Polícia Civil sobrevoam a Favela do Rola, uma das perigosas da cidade. Os policiais estão em busca de traficantes em um bar. Um homem de bermuda branca e camiseta azul carrega um fuzil. Mas naquela área não estão só criminosos – e os policiais sabem disso.
Um dos helicópteros é pilotado pelo comandante Adonis, que estava à frente da operação que resultou na morte do traficante Matemático. Veja o vídeo clicando aqui.
Nesta nova operação ele não está no comando, mas no apoio tático. Por terra, chega um blindado da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Uma câmera colocada no capacete de um deles registra a ação por terra. Três corpos são encontrados em um bar. Os policiais comemoram e, embora já tivessem constatado a morte dos bandidos, falam em "socorrer" os traficantes.
Mas havia um morto em outro lugar. Com um aceno de cabeça, um policial confirma que ele não estava armado.
Alterando o local do encontro do corpo, os policiais da Core carregam o cadáver por 70 metros, segundo o jornal “Extra”, e o abandonam no bar onde estavam as armas e outros mortos.
Em nota divulgada neste sábado (11/05/2013), a chefia da Polícia Civil afirma que o caso foi registrado como homicídio proveniente de auto de resistência e não faz distinção entre os bandidos que estavam armados e o homem encontrado na casa.
No dia 16 de agosto, a nota oficial da Polícia Civil sobre a operação sequer falava em mortes. Dizia apenas que cinco bandidos tinham sido baleados.
O vazamento desses vídeos para a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e para a imprensa ocorre no momento em que há uma disputa interna na Polícia Civil. Segundo fontes, a briga envolve o subchefe operacional da Polícia Civil, Fernando Veloso, o piloto Ronaldo Ney Barbosa Mendes e Adonis Lopes de Oliveira, ex-comandante do Saer, que é o setor responsável pelas operações aéreas da Polícia Civil.
Desde julho do ano passado Nei está afastado de suas funções por Adonis de Oliveira e alocado em um setor administrativo, burocrático da Polícia Civil. O motivo do afastamento foi o excesso de faltas ao trabalho. A Corregedoria da Polícia Civil instaurou sindicância para apurar essas faltas. Ninguém pode afirmar ao certo de quem partiram os vazamentos que mostram irregularidades nas operações da Polícia Civil. Mas fontes da polícia dizem que tudo começou depois desse racha.
Ronaldo Ney também é investigado pelo Ministério Público por supostamente ter ficado com R$ 120 mil de um grupo de alunos que pagou por aulas de pilotagem que não foram dadas. Ronaldo Ney não comenta algo sobre as acusações.
No início da noite, a Polícia Civil divulgou nota em que afirma que três dos cinco mortos na operação tinham antecedentes criminais. Foi questionado se o homem arrastado para o bar era um desses três ou se ele não tinha passagem pela polícia. A assessoria disse que, neste sábado, não seria possível confirmar a informação.
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