Bradley Manning, o soldado norte-americano que vazou milhares de documentos secretos diplomáticos e militares ao WikiLeaks, foi condenado por dez acusações e escapou da culpa por traição. O veredito foi dado nesta terça-feira, 30, pela juíza Denise Lind.
Manning foi condenado por cinco acusações de roubo, cinco de espionagem, fraude cibernética e violações da proteção militar. As penalidades ainda estão sendo decididas e podem chegar a 136 anos de prisão. No entanto, como foi absolvido da acusação de auxiliar o inimigo, há expectativas de que o ex-militar não seja condenado à prisão perpétua.
David Coombs, o advogado, afirmou que entrará com um recurso e pretende levar cerca de 24 testemunhas ao júri. “Manning pode ser condenado a 136 anos de prisão pelas acusações que foi declarado culpado. Extremismo perigoso do governo Obama, no que se refere à segurança nacional”, escreveu o WikiLeaks em resposta.
O vazamento é considerado a maior divulgação de dados confidenciais da história dos EUA. Manning, ex-analista de inteligência militar no Iraque, expôs documentos sobre o Departamento de Estado e das Forças Armadas Americanas que revelaram comunicações diplomáticas entre embaixadas e informações sobre a atuação norte-americana em guerras como a do Afeganistão e Iraque.
A repercussão mundial começou com um vídeo gravado em 2007 no Iraque. As imagens mostram civis desarmados sendo alvejados por soldados americanos a bordo de um helicóptero. Onze pessoas morreram, incluindo dois jornalistas da agência de notícias Reuters. Manning disse na corte que o objetivo era denunciar abusos do exército nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
A repercussão mundial começou com um vídeo gravado em 2007 no Iraque. As imagens mostram civis desarmados sendo alvejados por soldados americanos a bordo de um helicóptero. Onze pessoas morreram, incluindo dois jornalistas da agência de notícias Reuters. Manning disse na corte que o objetivo era denunciar abusos do exército nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
A acusação de ajudar o inimigo era a mais séria e controversa. Alguns entendiam que, por ter vazado os dados a todos, inclusive à imprensa norte-americana, Manning não poderia ser acusado de traição – afinal, sua intenção era apenas promover um debate sobre as ações militares do país. No entanto, de qualquer forma, organizações inimigas aos EUA podiam facilmente ter acesso a tais informações, disponíveis na internet.
Manning está detido há nove meses. Segundo sua defesa, o delator ficou sozinho em uma cela sem janelas, algumas vezes até mesmo nu. Devido aos maus tratos, os advogados enviaram a denúncia à ONU.
A juíza militar Lind determinou que o ex-militar foi punido ilegalmente e que deverá receber 112 dias de desconto em qualquer sentença que possa ser condenado.
O governo Barack Obama já abriu mais processos por vazamento de informação sigilosa do que todos os governos anteriores somados.
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